sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Hidrogel: Raquel Policena nega uso de silicone industrial no bumbum de pacientes

Escrito por: Portal G1 

Raquel Policena afirmou à polícia que produto aplicado era hidrogel. Presa em Goiânia, ela prestou novo depoimento nesta segunda-feira.

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“Falsa biomédica Raquel Policena é encaminhada para depor” (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Investigada pela morte de uma cliente, a falsa biomédica Raquel Policena Rosa, 27 anos, negou ter usado silicone industrial e afirmou à polícia que aplicou hidrogel nos procedimentos para aumento de bumbum. Presa no 14º Distrito Policial, em Goiânia, ela prestou novo depoimento na manhã de segunda-feira (17).  “Ela insiste que é o Aqualift [marca de hidrogel] e que teria comprado no meio da rua, em São Paulo”, disse a delegada Myrian Vidal, responsável pelo caso.
Baseada em especialistas, a delegada disse acreditar que Raquel usava silicone industrial, de acordo com depoimentos das clientes. “Temos relatos de que ela usava o hidrogel em tubos de 1 litro. No entanto, a marca que ela prometia, que era o Aqualift, é comercializado apenas com medidas de 1 ml a 100 ml”, destacou. O laudo que irá comprovar o material aplicado ainda não foi divulgado.
A empresa Rejuvene Medical, importadora e revendedora oficial do Aqualift no país, informou ao G1 que a licença do produto junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) expirou em março e que, enquanto a renovação está em andamento, o produto não é vendido. “É um processo longo, mas nesse período o Aqualift não está sendo comercializado. De qualquer forma, o produto só é vendido para médicos, com apresentação de registro e uma série de documentos. Nunca nas ruas”, disse a gerente da empresa, Marcela Gouveia.
Em uma nota divulgada no Facebook, a Rejuvene Medical ressalta que a comercialização só é feita para profissionais da área médica. “A empresa nunca comercializou o Aqualift Corporal para biomédicos ou qualquer outro profissional não médico, visto que o produto só pode ser vendido com a apresentação específica de toda documentação comprobatória”.
Clientes
De acordo com a delegada Myrian Vidal, Raquel mudou a versão do primeiro depoimento, quando disse ter feito aplicações em quatro clientes, e agora diz que fez o procedimento em dez pessoas. Mesmo assim, a polícia ainda acredita que esse número é maior. “Ainda não temos o número exato porque não temos a totalidade das vitimas ouvidas”, destacou a delegada.
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“Fotos mostram cliente durante aplicações atribuídas à falsa biomédica “(Foto: Arquivo pessoal)
Ainda segundo Myrian, a falsa biomédica voltou a negar a participação do namorado, Fábio Justiniano Ribeiro, 33, no procedimento realizado na ajudante de leilão Maria José Brandão, 39, que morreu no último dia 25, e disse não acreditar que a aplicação foi a causa da morte. “Ela acredita em uma má fé de todas essas clientes que teriam procurado a polícia e não comprovam que estão se sentindo mal”, relatou.
O advogado da falsa biomédica, Ricardo Naves, afirma que sua cliente se arrepende dos procedimentos. “Ela não foge da responsabilidade, assume que aplicou o produto, a questão é da consciência do risco, da nocividade e letalidade”, destacou. Segundo ele, já foi feito um pedido de habeas corpus e da revogação da prisão preventiva à Justiça.
Prisão
Raquel foi presa na noite de quinta-feira (13), em Catalão, onde mora. Depois de passar por exame de corpo delito no IML da cidade, ela foi encaminhada para Goiânia e permanece em uma cela do 14º Distrito Policial. A delegada explicou que pediu a prisão preventiva dela “para manter a ordem pública”.
“Ouvimos relatos de clientes que disseram que a Raquel prometeu que faria os retoques necessários assim que a ‘poeira baixasse’. Por isso, como forma de proteger a sociedade, pedimos a prisão”, disse.
A delegada explicou que, até o momento, quatro pessoas deverão ser indiciadas no inquérito. Além de Raquel, Fábio também deverá responder por exercício ilegal da profissão, homicídio doloso (com intenção), pela morte de Maria José, venda e uso de produto irregular e sem procedência e lesão corporal. “Não temos dúvidas da atuação do Fábio no caso da Maria José. Mas existem fotos que comprovam que ele estava presente durante outros procedimentos. Por isso, ele também será responsabilizado”, afirma Myrian.

domingo, 16 de novembro de 2014

O mercado de trabalho de hoje busca pessoas empreendedoras, que tomem decisões, dediquem seu tempo e esforço para alcançar suas metas, e ainda assumam riscos. Atualmente, o empreendedorismo é visto como uma qualidade dinâmica, que almeja aumentar a riqueza. Um bom empreendedor acredita que suas realizações dependam dele mesmo e não fica à mercê de forças externas, sobre as quais não tem controle. Mas não é ele quem coloca a "mão na massa". Seu papel é criar e delegar responsabilidades a equipes, pois consegue controlar a si mesmo e ainda influenciar o grupo, para atingir seus objetivos.

Não é a toa que, a cada eleição que passa, fala-se mais da necessidade de se ter prefeitos empreendedores. Montamos nossa equipe, assumimos riscos e tomamos decisões que podem – ou não – gerar bons resultados. Mas assumimos o risco, pois sabemos que o sucesso não ocorre sem alguma dose de incerteza. O prefeito empreendedor, quando se depara com um problema, toma a iniciativa, que nada mais é do que a capacidade de a pessoa agir, quando necessário.

Não há contradições nem diferenças entre os objetivos dos prefeitos e os dos empresários empreendedores. Aliás, o verbo empreender vem do latim imprehendo ou impraehendo, que significa "tentar executar uma tarefa". Um bom gestor público procura executar tarefas. E, como o empresário, o prefeito também deve buscar aumentar as receitas do município para, dessa maneira, poder realizar mais investimentos na cidade. Porém, diferentemente das empresas privadas, não é possível criar um novo produto ou serviço e cobrar por isso, para aumentar a receita. A solução é arrecadar mais impostos, mas sem aumentar o ônus sobre os contribuintes, que já sofrem com a cascata de tributos públicos existentes.

A solução, então, é trazer novas empresas para o município, o que também requer alguns cuidados. E, como sempre, um plano. Dez passos podem atrair mais empresas para o município:

1) Planejamento: é preciso estudar a cidade e analisar as possibilidades dos segmentos de empresas e indústrias que poderão ser atraídos. Para isso, deve-se avaliar o clima, o solo e outros fatores que te ajudarão a "vender" a cidade;

2) Infraestrutura: as empresas procuram por cidades que ofereçam a infraestrutura necessária, como tratamento de água, rede de esgoto, estradas e energia elétrica que chegam até as empresas, estação rodoviária com ônibus para a capital e outros. Caso o município ainda não ofereça tais condições, é melhor começar a investir na área para tornar a cidade atrativa no futuro. Criar distritos industriais é uma opção vista com bons olhos pelo mercado;

3) Logística: muitas empresas e indústrias escolhem aonde irão abrir suas filiais pela localização. Estar perto de aeroportos, estradas e rodovias que interligam os Estados, que passam entre grandes polos industriais ou que levam aos portos é um ponto fundamental na escolha do município pelas indústrias;

4) Mão de obra: caso a empresa precise de mão de obra qualificada, é preciso ver se a cidade terá pessoas que ofereçam esses serviços. As empresas, antes de escolherem onde abrirão novas fábricas e filiais, procuram se informar se a mão de obra da região irá atender suas necessidades. Nesse caso, é preciso se antecipar e procurar por parcerias com escolas profissionalizantes;

5) Apoio: um fator pouco analisado pelos gestores, mas considerável pelo setor de Relações Humanas das empresas é o apoio que a cidade oferece para os empresários. Analisa-se se há hotéis, hospitais, escolas, shoppings ou áreas de lazer no município ou em uma cidade ao redor. Afinal, a empresa ou indústria terá empresários que virão de outras cidades e levam isso em consideração;

6) Impostos: algumas cidades colocam o valor do ISS mais baixo que outras. Este é um fator muito importante na escolha do local, pois pode significar uma economia considerável para a empresa. É preciso ver, dentro da Lei, quais as possibilidades cabíveis que podem ser tomadas;

7) Comunicação: é preciso ter bons materiais sobre a cidade, criar folders com fotos e informações claras e explicativas, vídeos e tudo o que for necessário, pois este pode ser o primeiro contato que um possível cliente tenha com o seu "produto", e não se pode passar uma má impressão. As empresas também levarão em conta o que os veículos de comunicação estão dizendo sobre a cidade. Por isso, é importante divulgar para os jornais da cidade, da região e para quantos mais conseguir, todas as melhorias e investimentos que se faz no município. Porém, é preciso saber lidar com a situação, quando a mídia está reportando algum problema municipal. Não se pode nunca esconder as informações da mídia e deve-se informar sempre quais as providências que a Prefeitura irá tomar. A contratação de empresas especializadas pode ajudar;

8) Atenção ao mercado: é preciso estar sempre informado a respeito das tendências do mercado financeiro; saber quais os setores que estão crescendo e quais os que estão se retraindo. Aqueles que estão crescendo são os que farão os investimentos e poderão se alocar na cidade;

9) Oportunidade: o custo do transporte hoje está muito alto, o que faz com que as empresas procurem soluções para reduzi-los. Uma oportunidade que deve ser levada em conta é tentar trazer os fornecedores das empresas e indústrias que já estão alocados no município. É preciso saber quem são, do que precisam para a produção de seus produtos/serviços, e ir atrás deles;

10) Cuidar da cidade: ninguém gosta de trabalhar numa cidade visualmente feia, suja e pouco arborizada. Cada vez mais estes fatores estão sendo levados em consideração. Por isso, é necessário fazer o trabalho e cuidar da sua cidade!

Após seguir estes 10 passos, faça uma análise dos pontos fortes e fracos que o seu município oferece para cada uma das empresas que você acredita que poderá se mudar para a cidade. Nos pontos fracos, já pense nas soluções que irá tomar para melhorá-los. Não deixe que seu cliente tenha dúvidas a respeito da decisão que está para tomar. Por isso, é importante que você conheça muito bem sua cidade e seu cliente na hora em que for conversar com as indústrias.

Agora, mãos a obra e vá vender a sua cidade!

João Vitte é Prefeito de Santa Gertrudes, no interior de São Paulo. A cidade faz parte do maior polo de cerâmica de revestimento da América Latina.