sábado, 23 de fevereiro de 2013

Ex-paciente acusa chefe de UTI de tentar matá-la em hospital no Paraná


Edição do dia 22/02/2013
22/02/2013 09h14 - Atualizado em 22/02/2013 09h14

Ex-paciente acusa chefe de UTI de tentar matá-la em hospital no Paraná

A mulher só escapou da morte porque uma enfermeira desobedeceu a ordem dada pela chefe da UTI de manter o respirador desligado.

Novos depoimentos complicaram a situação da médica acusada de provocar a morte de pacientes na UTI que ela chefiava num dos maiores hospitais doParaná. Uma ex-paciente acusou a médica de tentar matá-la.
A mulher de 46 anos ficou internada na UTI do Hospital Evangélico em dezembro do ano passado. Conta que só escapou da morte porque uma enfermeira desobedeceu a ordem dada pela chefe da UTI de manter o respirador desligado.
“Ela falou que era para desligar para ver se eu aguentava sobreviver. Se eu não conseguisse, eu não tinha chance. Isso eu ouvi da boca dela. Só que uma enfermeira viu que eu estava agonizando e ligou de novo”, lembra a mulher.
Desesperada, a mulher escreveu um bilhete para a família, onde relatou a situação que viveu. “Eu escrevi o seguinte: ‘Eu preciso sair daqui, pois tentaram hoje me matar. Desligando os aparelhos toda noite. Por isso que tenho que sair’”, conta.
A filha que recebeu a mensagem não acreditou na história até saber da prisão da chefe da UTI, Virgínia Helena Soares de Souza. “Falei: ‘Nossa, quer dizer que então aquele dia que ela tinha escrito o bilhete era verdade’. Graças a Deus que não foi ela uma das vítimas”, afirma a filha.
A médica foi presa na terça-feira, acusada de homicídio qualificado por abreviar a vida de pacientes da UTI que ela chefiava. Médicos e enfermeiros que trabalhavam com a médica foram afastados. A médica trabalhava há 25 anos no hospital.
Em 2011, chegou a ser afastada por um mês por causa de desentendimentos com a equipe. O comportamento da médica também teria feito o hospital ser autuado pela Vigilância Sanitária. Em 2010, uma vistoria encontrou cinzeiros e bitucas de cigarros na área da UTI.
“O quarto andar, dentro da UTI do Evangélico, fede a cigarro. Ela entra fumando dentro da UTI”, conta o técnico de enfermagem. Ele contou à polícia como a médica agia. “Eu falei o que a gente sempre presenceou dentro da UTI, os níveis de oxigênio no mínimo, que ela desligava os aparelhos”, diz Sílvio de Almeida.
O advogado da médica alegou que os ex-funcionários fazem denúncias sem provas. Ele disse também que não considera o bilhete escrito pela ex-paciente uma prova contra a médica.

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